segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Palavras


O dia começa tranquilo.

Nada me diz como vai acabar.

Nada faz prever o que pode acontecer até ao anoitecer.

Cheira bem e ainda faz sol lá fora.

A boa disposição reina por estas bandas.

Ultimamente não faço por pensar muito.

Logo se vê.

Depois penso nisso.

E o dia vai indo.

Calmamente.

Sossegado.

Sem planos.

O que surgir, pensa-se no momento.

Se surgir.

Se não, improvisa-se.

Às tantas, dou por mim a pensar.

Porque é para isso que serve a cabeça.

E penso.

E dentro de mim, forma-se uma onda de palavras.

Cada uma com o seu especial significado.

Escolhidas cuidadosamente para o momento.

Coloco uma, retiro outra.

Demoro o tempo que demorar.

Preciso de caprichar.

Preciso de senti-las.

Cheirá-las.

Saboreá-las.

E quando sinto estar perfeito, lá vou eu fazer uso delas.

Sei que me dá um certo gozo ver o trabalho acabado.

Sei que são apenas umas palavras juntas a tantas outras.

Com vírgulas e pontos de exclamação.

Com reticências e pontos finais.

Com pausas.

Com respiração ofegante entre elas.

Mas são as minhas palavras.

A minha forma de me exprimir.

Haverá com certeza quem as compreenda.
Quem as sinta como eu.

E por fim.
Com um suspiro leve,
dou por mim satisfeito.

Satisfeito e realizado.

As palavras são o meu ponto de encontro.

O ponto da partida e da chegada.

E nunca acabam.

Assim eu espero!

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